Tenossinovite De Quervain
O que é?
Os tendões funcionam como longas cordas desde os músculos no antebraço até atingirem os dedos.
A tenossinovite de Quervain (TQ) envolve os tendões do primeiro compartimento extensor da mão nomeadamente: o longo abdutor do polegar e o curto extensor do polegar. O processo inflamatório (tendinite) provoca um ciclo vicioso no anel fibroso/retináculo junto ao rádio distal.
Causas
As causas para o aparecimento da TQ não estão totalmente esclarecidas. A inflamação e espessamento do retináculo podem ser causadas por gestos repetitivos. As profissões ou posturas em que o polegar se encontra em extensão e abdução podem ser um factor de risco. É muito frequente após o parto, quer pela posição da mão a segurar o recém-nascido, quer pelas alterações hormonais.
Sinais e Sintomas
A TQ pode iniciar-se como um ligeiro desconforto sentido ao longo do polegar. A mobilidade do punho é normal. A dor surge insidiosamente durante as actividades em que há extensão e abdução do polegar. Os exames complementares (radiografia, ecografia) podem ser úteis para o diagnóstico diferencial.
Tratamento não cirúrgico
O objectivo do tratamento da TQ é eliminar a dor mas permitindo o movimento total do polegar. O tratamento pode também implicar uma mudança de actividade para diminuir o processo inflamatório. O edema à volta do tendão flexor e da bainha deve ser reduzido para permitir o deslizamento suave do tendão através da toma de anti-inflamatórios orais e/ou uso de uma tala.

Infiltração
A infiltração é mais eficaz que o tratamento não cirúrgico, embora mais invasiva. O corticóide pode ser injectado localmente por forma a diminuir o processo inflamatório. A taxa de sucesso é de aproximadamente 50% a 70%. A principal complicação associada é a despigmentação e/ou atrofia cutânea no local da injecção.
Tratamento Cirúrgico
Se as formas não cirúrgicas de tratamento não melhorarem os sintomas, a cirurgia poderá estar indicada.
A taxa de sucesso está perto dos 95%.
A cirurgia é realizada em regime de ambulatório, sob anestesia local.
A principal complicação é a lesão iatrogénica do nervo radial sensitivo.
O tratamento consiste na libertação do primeiro compartimento extensor. É removido o tecido inflamatório peritendão. A mobilização activa começa geralmente no pós-operatório imediato e a utilização normal do punho pode recomeçar assim que a ausência de queixas o permita.